por Luciana Leite
Uma hora e trinta e sete minutos.
Foi esse o tempo que o tenista sérvio Novak Djokovic, número 1 do mundo, levou para vencer o argentino Carlos Berlocq por 3 sets a zero, agora há pouco, na quadra central no US Open, em Nova York.
Quase perfeito em quadra, Djoko aplicou dois 'pneus' (6-0 e 6-0) sobre Berlocq, jogando como mestre e mostrando porque carrega a liderança mundial. Venceu 14 sets seguidos e deu um verdadeiro show em quadra.
Do outro lado, estava um jogador aguerrido, o 74o do ranking, que não poupou esforços, deu o melhor de si, se superou em várias jogadas e disputou cada game até o último minuto. A platéia reconheceu o esforço, torcia e aplaudia cada boa jogada. Quando o argentino Berlocq finalmente conquistou seu primeiro game (2-1 no terceiro set), foi aplaudido de pé. O próprio Djoko o cumprimentou ao esboçar um sorriso largo no rosto.
Mas a atuação do sérvio foi impecável. Ele até chegou a perder mais um set -- empolgando a torcida que, bem humoradamente, incentivava seu adversário. Mas, descontração à parte, o sérvio manteve o foco e a concentração, não economizou nas jogadas estupendas e cheias de técnicas, e transformou uma partida que tinha tudo para ser morna e previsível num verdadeiro espetáculo do tênis, fechando o set em 6-2.
Caso ganhasse o jogo sem perder nenhum um game -- o "triciclo", como se diz no esporte --, Djokovic figuraria num seletíssimo hall de tenistas que conseguiram a mesma proeza. Já se vão 18 anos desde que isso aconteceu pela última vez, em Roland Garros, quando o espanhol Sergi Brugera venceu o francês Thierry Champion por triplo 6-0.
O próximo adversário de Djokovic será Nikolay Davydenko, veterano russo, ex-top 5, que superou o italiano Potito Starace por 3 sets a 0 (parciais de 6-2, 6-4 e 7-5).