Fonte: sportTV.globo.com
Por Alexandre Cossenza
Direto de Nova York
Quem acompanhou as semifinal do US Open do ano passado, achou que Quando Roger Federer abriu 2 sets a 0 jogando um tênis quase perfeito,
era difícil imaginá-lo fora da final do US Open. Do outro lado, porém,
estavam Novak Djokovic e sua temporada espetacular. O sérvio cresceu no
jogo, parou de errar e aumentou sua lista de feitos espetaculares em
2001. Virou a partida, e depois de salvar dois match points no quinto
set, fez 6/7(7), 3/6, 6/3, 6/2 e 7/5 (assista aos pontos decisivos no
vídeo ao lado) e avançou à sua segunda final consecutiva no Slam
americano.
O resultado é uma repetição da semifinal do US Open do ano passado. Na
ocasião, Federer igualmente teve dois match points e acabou sucumbindo
no quinto set. O placar deste sábado também devolve a doída derrota para
Federer sofrida em Roland Garros, também nas semifinais. Naquela época,
Djokovic tinha uma sequência de 43 vitórias no circuito mundial e
pintava como grande favorito para vencer o Slam francês.
- Foi uma situação muito parecida com a do ano passado. Ele teve dois
match points e eu bati uma direita com toda a força. Se entra, entra.
Você aposta. E eu acertei - disse Djokovic sobre o primeiro match point
que salvou neste sábado.
A decisão será a terceira de Nole em Nova York. Na primeira vez, em
2007, ele saiu derrotado pelo mesmo Federer. Na segunda, em 2010, Rafael
Nadal foi seu algoz.
Seu rival agora sairá do jogo entre Andy Murray e
Nadal. Caso o espanhol vença, será a sexta decisão entre eles na
temporada. Djokovic venceu todas as cinco (Indian Wells, Miami, Madri,
Roma e Wimbledon).
Set points perdidos e emoção no tie-break
O primeiro set começou morno, sem chances de quebra nem games parelhos. Federer sacava bem e agredia mais, sem dar ritmo para o adversário.
Nole, por sua vez, se mantinha com o serviço ótimo e não dava chances ao
suíço. O set chegou a 6/6 e foi ao game de desempate.
No tie-break, Federer foi melhor. Uma linda paralela de esquerda forçou
um erro de Djokovic e lhe deu um mini-break (4/2). Uma dupla falta do
sérvio deixou o suíço à frente por 5/2, mas o pentacampeão deixou a
dianteira escapar. Cometeu uma dupla falta, mas conseguiu abrir 6/3.
Nole, contudo, fez os dois saques e encaixou uma direita vencedora para
chegar a 6/6. O sérvio ainda salvou um quarto set point, mas cedeu um
mini-break e outra chance para Federer vencer a parcial. O suíço, então,
encaixou uma paralela de esquerda que Djokovic não conseguiu devolver e
finalmente selou a parcial: 7/6(7)
Com a esquerda calibrada, Federer deixou Nole acuado, e o sérvio
começou a reclamar consigo mesmo. No terceiro game, finalmente veio a
quebra. Uma paralela de esquerda deu dois break points ao suíço.
Djokovic se salvou de ambos, mas deu outra chance ao adversário. Federer
aproveitou encaixando uma espetacular esquerda cruzada. Nole ainda
conseguiu devolver, mas o número 3 matou o ponto com uma paralela de
direita.
A vantagem durou até o sexto game, quando o suíço viveu seu pior
momento no jogo até então. Errou duas direitas seguidas e cedeu a quebra
de volta ao rival, que empatou em 3/3. Nole, no entanto, mal pôde
respirar. Federer voltou a sufocá-lo com esquerdas agressivas. Uma
paralela lhe deu três break points. Depois, Djokovic jogou uma esquerda
para fora e perdeu outra game de serviço. O número 1 não teria outra
chance. Sacando bem, Federer manteve a vantagem até fechar o set em 6/3.
Nole voltou mais agressivo para o terceiro set e contou com erros de
Federer para quebrar o saque no segundo game e abrir 3/0. Melhor no
serviço do que nas parciais anteriores, o número 1 do mundo manteve a
vantagem até o nono game, quando sacou em 5/3 para forçar o quarto set. O
game ficou em 15/30, e a torcida se animou com a possibilidade de
quebra, mas Djokovic jogou três pontos com firmeza e, quando uma
esquerda de Federer foi parar longe, comemorou sua sobrevivência na
partida (6/3).
Nole foi, aos poucos, adquirindo confiança e passou a executar golpes
mais profundos e variar mais seus ataques. Precisando se defender mais,
Federer já não conseguia ser tão eficiente. No primeiro game do quarto
set, subiu à rede, mas levou um excelente contragolpe de Djokovic e
errou o voleio. O ponto deu ao sérvio a primeira quebra da parcial. O
número 1 tomou de vez o controle do jogo no quinto game, quando quebrou
de novo e abriu 4/1 graças a uma esquerda de Federer que ficou na rede.
Nole só precisou confirmar o saque até fazer 6/2.
O quinto set começou com o público fazendo muito barulho, e torcedores
dos dois tenistas disputando para ver quem gritava mais alto. Federer
conseguiu votar a equilibrar as ações, e a partida foi ganhando tons
dramáticos à medida em que os dois confirmavam seus saques. Até que no
sétimo game, sacando em 3/4, o número 1 sentiu o momento. Jogou uma
direita na rede e ficou atrás em 0/30. Em seguida, cometeu uma dupla
falta e jogou uma direita para fora.
Federer abriu 5/3, sacou para o jogo e teve dois match points. O
primeiro foi salvo por Djokovic com uma devolução espetacular. No
segundo, o suíço cometeu um erro não forçado. Uma direita para fora
cedeu um break point, que Federer salvou com um ace. No entanto, uma
direita na rede e uma dupla falta cederam a quebra para o número 1.
Djokovic não perderia mais nenhum game depois daquilo. Jogando mais
confiante, Nole não errou mais. Federer não conseguiu manter o ritmo e
viu o rival fazer um ponto espetacular atrás do outro. O sérvio
conseguiu outra quebra no 11º game e sacou para a partida no 12º. Sem
vacilar, fechou o jogo e voltou à final do US Open.